O cooperativismo brasileiro acaba de fazer história. De forma democrática, o Sistema OCB reuniu 3 mil congressistas para escolherem as diretrizes estratégicas que vão delinear os próximos cinco anos de ação do coop. No último dia do 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), quinta-feira (16), dentre as 100 propostas priorizadas durante as sessões temáticas e de debates, 25 foram escolhidas (veja no quadro abaixo) para orientar o planejamento estratégico do Sistema OCB para o período de 2025 a 2030. O cooperativismo goiano esteve presente com uma comitiva composta por mais de 100 participantes, entre presidentes, vice-presidentes e diretores de coops, além de gestores do Sistema OCB/GO, liderados pelo presidente da entidade, Luís Alberto Pereira.

Comitiva goiana que participou do 15º CBC

A escolha das diretrizes prioritárias foi baseada em dois critérios-chave: impacto e urgência. O primeiro focou na capacidade que uma diretriz possui de promover o aumento da competitividade das cooperativas e do cooperativismo como um todo e, o segundo, no indicativo do quanto é imediata e prioritária sua implementação. 

Com a condução da superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, e do consultor da Falconi, Rodrigo Rodrigues, os congressistas votaram de forma democrática, atribuindo notas de 1 a 5, de acordo com suas prioridades, ao grupo de dez propostas por tema definidas no segundo dia. Foram escolhidas, então, duas propostas de cada. Outras cinco foram eleitas por terem sido as mais votadas entre as restantes, independente do tema.  

Esse processo, inclusivo e participativo, refletiu o compromisso do movimento em envolver seus membros na definição de metas e diretrizes para o futuro. As pontuações foram determinadas de acordo com cada critério e com destaque para as duas com mais pontos em cada tema trabalhado durante o congresso. Em todas as áreas, as diretrizes foram definidas com base nas palestras e debates realizados também durante o segundo dia do congresso.  

Diretrizes

Na área de Comunicação, os congressistas destacaram a importância de um alinhamento do discurso para atingir todos os públicos de forma eficaz, acessível e inclusiva, bem como a realização de ações de sensibilização e engajamento da comunidade escolar. 

Já as relacionadas à Cultura Cooperativista visam a difusão do cooperativismo na educação formal brasileira em todos os níveis e a promoção da formação de lideranças como promotores e multiplicadores dos princípios e benefícios oferecidos pelo movimento.   

No âmbito do ESG (Ambiental, Social e de Governança), foram delineadas diretrizes para comunicar à sociedade os impactos positivos das ações ambientais realizadas pelas cooperativas; promover a educação ambiental dos cooperados e colaboradores; aprimorar as qualificações das lideranças em gestão e tomada de decisão baseada em dados; promover a sucessão nas cooperativas; e realizar estudos que demonstrem os benefícios e impactos que a presença das cooperativas garantem para o desenvolvimento social das comunidades onde estão inseridas.   

O tema da Inovação destacou a necessidade de aumentar a disseminação das soluções oferecidas pelo Sistema OCB e de promover a prática da intercooperação como ferramenta para potencializar novas ideias e reduzir custos com tecnologia nas cooperativas.  

Para a Intercooperação, as estratégias incluem a capacitação de lideranças e equipes para desenvolver uma mentalidade orientada às necessidades dos clientes, com foco na agregação de valor; a expansão do uso de novas tecnologias para gerar automação, ganho de eficiência e crescimento dos negócios; e a promoção de ações de educação e conscientização que destaquem os benefícios econômicos e sociais do cooperativismo como modelo de negócios estável.  

No campo dos Negócios, o foco ficou em ampliar a conscientização para o consumo dos produtos e serviços oferecidos pelas cooperativas dentro do ecossistema do movimento e na realização de eventos para fortalecer a intercooperação entre os diferentes ramos de atividades e cooperativas.  

E, por fim, as definições do campo Representação ressaltaram a importância de ampliar o relacionamento com os Três Poderes, incluindo o Ministério Público e os Tribunais de Contas; de defender soluções para a transformação digital e as fontes de financiamento das cooperativas; de reforçar as fontes orçamentárias e linhas de crédito para todos os segmentos do movimento; e de atuar junto ao governo federal para adequar a tributação do INSS do cooperado autônomo. (com informações do Sistema OCB)

​​VINTE E CINCO DIRETRIZES ESTRATÉGICAS  
Comunicação 
​Definir públicos estratégicos, selecionar canais de comunicação e adaptar a linguagem para atingir todos os públicos de forma eficaz, acessível e inclusiva. ​Promover ações de sensibilização e engajamento da comunidade escolar e da sociedade em geral sobre os princípios benefícios do cooperativismo, por meio de eventos, campanhas educativas e programas de educação continuada.  
​Cultura Cooperativista
​Difundir o cooperativismo na educação formal brasileira em todos os níveis (do ensino básico ao técnico e superior), por meio de parcerias com a escolas, universidades e órgãos educacionais. ​Promover a formação das lideranças cooperativistas para fortalecer o seu papel como promotoras e multiplicadoras da cultura cooperativista dentro de suas organizações e no movimento.  ​ 
ESG Ambiental 
​Comunicar à sociedade brasileira e internacional os impactos positivos das ações ambientais realizadas pelas cooperativas. ​Promover educação ambiental dos cooperados e colaboradores para conscientizar e orientar as práticas das cooperativas.  
ESG Gestão 
​Aprimorar as qualificações das lideranças e cooperados em gestão, fortalecendo as habilidades e conhecimentos para promoção de uma gestão eficaz, estratégica e orientada para resultados. ​Promover programas de incentivo para uma maior participação de jovens e mulheres na gestão da cooperativa.  
​ESG Governança 
​Capacitar os dirigentes a fim de garantir uma cultura de tomada de decisão baseada em dados ​Promover a sucessão nas cooperativas, com diretrizes claras e aplicáveis, de forma a garantir a perenidade e a sustentabilidade dos negócios. 
ESG Social 
​Investir no desenvolvimento profissional e educacional dos cooperados e colaboradores, oferecendo oportunidades de aprendizado contínuo, programa de capacitação e incentivos para o aprimoramento de habilidades visando promover o crescimento pessoal e profissional de todos  ​Realizar estudos que demonstrem os benefícios e impactos positivos da presença das cooperativas no desenvolvimento social das comunidades onde estão inseridas.  
​Inovação 
​Promover a prática da intercooperação como ferramenta para potencializar a inovação e reduzir custos com tecnologias nas cooperativas. ​Promover uma maior disseminação das soluções em inovação e tecnologia disponibilizadas pelo Sistema OCB para as cooperativas.  
Intercooperação 
​Ampliar a conscientização para o consumo dos produtos e serviços das cooperativas dentro do próprio sistema cooperativista.  ​Promover eventos, encontros, feiras, intercâmbios e fóruns para fortalecimento da intercooperação entre diferentes ramos e cooperativas.  
Negócios 
​Capacitar lideranças e equipes cooperativas para desenvolver uma mentalidade orientada para as necessidades dos clientes e/ou cooperados, com foco na agregação de valor. ​Expandir o uso de novas tecnologias e inovação, como inteligência artificial, pelas cooperativas para gerar automações, ganho de eficiência e impulsionar o crescimento dos negócios. 
​Promover a prática da intercooperação como ferramenta para potencializar os negócios das cooperativas. ​Promover ações de educação e conscientização tanto para os cooperados quanto para as comunidades em geral, destacando os benefícios econômicos e sociais do cooperativismo como modelo de negócio estável. 
Representação 
​Ampliar o relacionamento entre o sistema cooperativista e os três poderes, incluindo o Ministério Público e os tribunais de contas, na construção de legislações e políticas públicas de interesse do cooperativismo em âmbito estadual e nacional.  ​Atuar junto ao Governo Federal para adequar a tributação do INSS de cooperado autônomo. 
​Atuar pela defesa do ato cooperativo nas legislações, normativos tributários e decisões judiciais. ​Fortalecimento da Lei 5.765/71, com a modernização de dispositivos que ampliem a transformação digital e as fontes de financiamento das cooperativas. 
​Reforçar fontes orçamentárias e adequar linhas de crédito oficiais para todos os segmentos de cooperativismo, garantindo a continuidade das atuais políticas de fomento ao modelo de negócio cooperativista.​ 
https://youtu.be/jz7ypoPQGwY?si=zlifS5JkURfXKAfs