O Seminário de Inovação Cooptech, realizado na sede da OCB/GO, durante todo o dia de sexta-feira (20), promoveu palestras com renomados especialistas na área de inovação. Durante a abertura do evento, o presidente o Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, avaliou que o cooperativismo goiano tem avançado muito rápido neste setor. Ele explicou que a entidade tem realizado várias ações neste sentido em Goiás, como a realização de meetups, além do Go!Coop, um desafio para estimular projetos inovadores entre o público cooperativista. “O Sistema OCB/GO trabalha forte esse conceito de inovação, somos pioneiros com a criação do Inovacoop Goiás”, disse.
Luís Alberto aproveitou a presença da chefe da Assessoria do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, Denise Carvalho, que representou no evento a ministra Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), para pedir uma cadeira ao cooperativismo no Conselho Nacional de Tecnologia. “Concordo e levarei o pleito ao Ministério”, respondeu Denise.
Representando o Sistema OCB nacional, Fabíola Nader ressaltou que o assunto tecnologia e inovação sempre gera preocupação e dúvida no processo de gestão das cooperativas. “Queremos que saibam que estamos juntos nessa jornada. Ninguém tem as repostas prontas, mas temos formas de aprender a chegar mais longe. O cooperativismo é inovador em sua essência e temos que trazer as novidades para dentro do nosso modelo para continar sendo inovador”, lembrou a gerente geral.
Palestras
O CEO da Wine, Rogério Salume, foi um dos palestrantes convidados para o seminário. Ele tratou de fundamentos sobre liderança e estratégia e citou a própria empresa, referência nacional no comércio eletrônico de bebidas, como exemplo de transformação digital e inovação. “Invista 60% do seu tempo em pessoas, 30% analisando seus dados e 10% na execução de suas tarefas”, enfatizou.
“O primeiro desafio da inovação é preparar a cultura de uma empresa para não bloquear a inovação”, defendeu Francisco Milagres, curador do livro Organizações exponenciais 2.0.
Renata Nieto, coordenadora da Incubadora de Empresas da Universidade Mackenzie, afirmou que o grande diferencial dos profissionais do futuro será o olhar inovador. “Não adianta ter uma equipe de especialistas que só olham para o seu racional. O time tem que ser preparado para enxergar oportunidades”, disse. De acordo com ela, o tempo será curto para as pessoas escolherem onde inovar, para continuarem sobrevivendo. “Para levar sua empresa ao futuro, tenha capacidade de gerir incertezas e se adaptar a um contexto de mudanças”, frisou.
Inteligência Artificial
O professor e futurista Gil Giardelli falou sobre as fronteiras em constante evolução da tecnologia e da criatividade humana, além do medo dos profissionais que temem ser substituídos pela tecnologia e pela Inteligência Artificial (IA). “Todo dia vemos uma notícia trazendo pânico e informando que o mundo vai acabar com o avanço da tecnologia. É o fim das fronteiras e a aldeia global em prática. Teremos que repensar o mundo”, afirmou.
Segundo Giardelli, empatia é perceber que algo está errado, mas compaixão é arregaçar as mangas e ajudar na solução. Para ele, não há necessidade de pânico porque a IA só tem uma área de inteligência, enquanto o ser humano tem seis. “O maior desafio do futuro será juntar o melhor dos humanos com o melhor da tecnologia”, frisou.
Head de Internacionalização do CEIA da Universidade Federal de Goiás (UFG), Arlindo Galvão mostrou no evento o uso prático da IA em projetos de proteção à saúde, serviços de entrega, sistemas de segurança e seguros. Citou como exemplo as vistorias veiculares, que hoje já são realizadas de forma on-line. “Possibilita aumentar a produtividade e reduzir o tempo de trabalho. As aplicações com IA conseguem gerar o que há de mais valioso para qualquer projeto ou negócio: informações estratégicas”, disse.
Joel Matos, gerente de Inovação do IEL/GO, afirmou que as cooperativas têm benefícios a ganhar na transformação digital. “Houve um despertar das empresas em relação ao uso da Inteligência Artificial. Temos que estar dispostos a mudar a maneira que fazemos. Cliente e usuário precisam estar no centro das decisões. A estratégia de inovação deve gerar valor ao cliente”, defendeu.
Sócio da StartSe e ex-sócio da XP Investimentos, Mauricio Benvenutti afirmou que a IA está redesenhando o perfil dos novos empregos. “A competição no mercado atual está mudando. Seu velho adversário e você juntos podem ser engolidos por uma fintech, uma plataforma, um aplicativo ou uma solução tecnológica que surge da noite para o dia”, frisou. Ele afirmou ainda que cada vez mais as grandes oportunidades nascem nos limites dos modelos clássicos de negócios.
Já Sandro Magaldi, cofundador da plataforma MeuSucesso.com, orientou os gestores e empreendedores a iniciarem uma transformação em seus negócios e enfatizou a importância da inovação e da cultura organizacional nesse processo. “A cultura é tudo aquilo que a pessoa faz quando o líder não está na sala. É o que alavanca todo o processo de metamorfose. As cooperativas devem se questionar se a cultura organizacional tem impulsionado ou servido de obstáculo para as transformações”, afirmou.