As cooperativas do ramo agro realizam algumas das principais feiras agropecuárias de Goiás, com destaque para a Tecnoshow, Agrotecnoleite, Feinagro, Expo Cerrado e Fenacampi. São promovidas, respectivamente, pela Comigo, Complem, Comiva, Cocari e Coopercampi.
Juntas, essas feiras movimentam bilhões de reais em negócios e desempenham importante papel no fortalecimento da economia goiana. Também levam novas tecnologias e conhecimento aos produtores e opções de lazer para toda a população das regiões onde são realizadas.
Um exemplo é a maior feira agropecuária do Estado e uma das três maiores do País: a Tecnoshow Comigo, que foi iniciada nesta segunda-feira (8), em Rio Verde (GO). Em sua 21ª edição, prevê movimentar R$ 11 bilhões em negócios. A mostra de tecnologias para o campo se estende até a sexta-feira (12), no Centro Tecnológico Comigo (CTC).
A feira é realizada pela Comigo, uma das cinco maiores cooperativas do agronegócio brasileiro, cujo faturamento ficou acima dos R$ 13 bilhões em 2023.
Grande parte das riquezas produzidas pelo agronegócio brasileiro e goiano passam pelas cooperativas, afirma o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira. Ele destaca a Tecnoshow como exemplo de sucesso do movimento cooperativista em Goiás. “A feira tornou-se um ícone, que traduz toda a força do agronegócio e do cooperativismo goiano”, enfatiza.
“O cooperativismo deu muito certo no agro, como em outros ramos. No Brasil, o modelo de negócio já é responsável por 50% da movimentação econômica do setor. A união de produtores garante a eles assistência técnica, acesso a mercados e escalabilidade, o que contribui muito para a pujança do setor”, diz.
Segundo dados do Sistema OCB/GO, o ramo agropecuário contabilizava 85 cooperativas em 2022, com receitas brutas de R$ 20,2 bilhões – um crescimento de mais de 184%, em apenas quatro anos. Em 2019, eram 74 cooperativas com receitas brutas de R$ 7,13 bilhões em Goiás.
O presidente do Sistema OCB/GO considera o agronegócio goiano um dos mais avançados do mundo. Mas afirma que ainda há desafios importantes a serem vencidos. “O setor carece de recursos mais abundantes e taxas de juros mais adequadas. É necessário também superar alguns gargalos de infraestrutura, principalmente no que se refere ao armazenamento da produção”, pondera.
O dirigente ainda ressalta a importância das pequenas cooperativas que atuam direta ou indiretamente com o agro, notadamente as de agricultores familiares.
“Essas cooperativas necessitam de apoio específico do poder público para que também tenham acesso a máquinas, equipamentos e outras tecnologias para aumentar a produção. O Sistema S, incluso o SESCOOP, braço educacional do Sistema OCB, tem dado apoio aos pequenos produtores para que possam melhorar a gestão de suas atividades e ter acesso mais fácil a novos mercados e à assistência técnica”, enfatiza Luís Alberto.