O Sistema OCB/GO vem buscando soluções para o impasse da irregularidade no serviço de Coleta Seletiva do Município de Goiânia, que sofre frequentes paralisações nas últimas semanas e deixou várias cooperativas de reciclagem sem condições de operar. A interrupção total, nos últimos dias, levou os cooperados e várias entidades de representação a realizarem uma manifestação nesta terça-feira (06/08), na entrada do Aterro Sanitário de Goiânia.

Presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira considera preocupante a interrupção do serviço de coleta seletiva e afirma que a instituição dará apoio integral às cooperativas de reciclagem, que prestam importantes serviços ambientais, econômicos e sociais à cidade. “Temos buscado diálogo com a Prefeitura de Goiânia, com a Comurg e com o consórcio que assumiu recentemente a limpeza urbana da capital para encontrarmos uma solução rápida e definitiva “, informa.

Em 2023, foram recolhidas mais de 30 mil toneladas de lixo reciclável em Goiânia, o que equivale a uma média mensal de 2,5 mil toneladas. Os números dão a dimensão do impacto econômico, social e ambiental que a interrupção deste serviço vem causando.

Segundo levantamento do Sistema OCB/GO, em Goiânia, as cooperativas de reciclagem (registradas e não registradas) reúnem 210 cooperados e impactam a vida de 840 pessoas, levando em consideração o núcleo familiar. A grande maioria delas é composta por mulheres chefes de família, que têm na atividade a única fonte de renda.

“Parte dessas famílias estão em situação de vulnerabilidade social e passam por dificuldades nesse momento. A OCB/GO vai atuar fortemente para encontrar uma solução rápida e duradoura para atender as cooperativas e famílias que dependem desse serviço em Goiânia, mas também para garantir a retomada, a manutenção e a ampliação da coleta seletiva na nossa capital”, enfatizou o dirigente.

Manifestação e retomada

Presidente da cooperativa de coletores de material reciclável A Ambiental, Mylene Lima dos Santos explicou que a manifestação foi organizada com o objetivo de chamar a atenção das autoridades e da população. No local, os manifestantes receberam a informação, por parte da Polícia Militar, de que os caminhões da coleta seletiva já tinham retornado às ruas.

Mylene, no entanto, disse que a informação da retomada já havia sido repassada outras vezes às cooperativas, mas o serviço não chegou a ser normalizado. No início da tarde de hoje, segundo a presidente da cooperativa A Ambiental, um caminhão da coleta seletiva abasteceu a cooperativa com materiais recicláveis.

“A gente quer uma certeza de que a coleta seletiva não vai ser paralisada novamente. Precisamos ter a garantia de que a gente vai poder levar comida para dentro de casa, pagar as nossas contas”, reclamou.