O Sistema OCB/GO é parceiro da força-tarefa organizada pelo governo estadual para combater as queimadas em Goiás. O presidente da entidade, Luís Alberto Pereira, participou nesta terça-feira (27) de uma reunião estratégica realizada pelo governador Ronaldo Caiado para discutir ações de enfrentamento ao problema, que se agrava devido à baixa umidade do ar registrada atualmente.
Em coletiva de imprensa realizada após a reunião, Luís Alberto Pereira afirmou que o Sistema OCB/GO está atuando para prestar apoio aos cooperados goianos. “Temos relatos de cooperados que afirmaram que o fogo também atingiu as suas propriedades. O Sistema OCB/GO está engajado com essa força-tarefa, juntamente com outras entidades do Estado, para, além de coletar informações, ajudar a combater e prevenir incêndios. Temos mais de 300 cooperativas e 100 mil cooperados, que são produtores rurais, atuando para minimizar este prejuízo, cuja extensão ainda desconhecemos”, disse.
Segundo o presidente do Sistema OCB/GO, além dos danos ambientais e do risco à vida de pessoas e animais, os incêndios podem aumentar os custos de produção para os cooperados. “Sempre que há um prejuízo, o custo aumenta. O nosso setor agro, que já está um pouco prejudicado pelos preços baixos e pela seca, enfrenta agora esse novo desafio”, avaliou Luís Alberto.
“O fogo tem se alastrado e temos relatos de nossos cooperados de que as chamas também atingiram suas propriedades. A OCB/GO se une a essa força-tarefa para divulgar informações e ajudar a informar sobre os aplicativos e a inteligência artificial já disponíveis para a prevenção de incêndios. Além de combater os incêndios que já ocorrem, é crucial prevenir novos focos”, destacou Luís Alberto.
Entre as medidas anunciadas pelo governador Ronaldo Caiado está a criação de um projeto de lei prevendo punições severas para incêndios criminosos e de uma comissão para continuar atuando em conjunto com entidades, compartilhando informações para intensificar o monitoramento e a fiscalização dos focos de incêndio. “Nós seremos muito mais rígidos em relação a este assunto. Trata-se de um caso de urgência, e precisamos de medidas mais austeras para evitar que as pessoas incentivem a prática deste crime em Goiás”, disse.
O governador Ronaldo Caiado lembrou que a estiagem prolongada é um fator extra de risco. “São quatro meses e meio sem uma gota d’água, sem umidade alguma, então a capacidade de um incêndio progredir é altíssima. Estamos vendo isso acarretar prejuízos significativos ao meio ambiente, indústrias, produtores, enfim, a todos os segmentos”, pontuou Caiado ao reforçar a importância das medidas preventivas.
Além do Sistema OCB/GO, a reunião contou com a presença de secretários de Estado e de representantes de outras entidades dos setores agropecuário e industrial, como a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar/GO) e o Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg).
Prevenção
Durante a reunião, discutiu-se que todos os registros de desastres, sejam na época de enchentes ou incêndios, são cadastrados no sistema nacional para detectar os prejuízos. Um dos desafios mais complexos, como mencionado pelo governador, é aferir os danos sobre a flora nativa, pois atualmente não existe uma mensuração precisa das perdas nesse aspecto. No entanto, cada registro de foco de incêndio e sua destruição são inseridos no sistema nacional, consolidando as informações ao final do período de estiagem.
Para monitorar as queimadas, o governo conta com um sistema que utiliza a tecnologia de quinze satélites, responsáveis por monitorar os incêndios no Estado. A cada novo foco detectado, uma notificação é enviada diretamente ao celular dos brigadistas responsáveis pela atuação naquela localidade, como no Parque Estadual Altamira de Moura Pacheco. Com essa tecnologia, a resposta ao incêndio ocorre, em média, em até dez minutos dentro das unidades de conservação, o que resultou em uma redução de 80% na área queimada nessas regiões.
Além disso, um aplicativo lançado em 2021 permite que a sociedade monitore imóveis ou territórios específicos. Ao detectar um foco de incêndio, o aplicativo envia um alerta por WhatsApp, permitindo uma reação mais rápida para evitar que o incêndio se alastre. Com essa medida, os focos de incêndio no Estado foram reduzidos significativamente, passando de sete mil em 2018 para três mil no ano passado.
Crime Ambiental
A Polícia Civil reforça que provocar incêndios em áreas de vegetação é crime ambiental, conforme a Lei Federal nº 9.605/98. A pena para quem causar queimadas varia de seis meses a seis anos de reclusão e multa, dependendo de como o ato for enquadrado. Os incêndios abrangidos pela Lei de Crimes Ambientais vão além dos que ocorrem em áreas de mata ou floresta, incluindo também pequenos atos, como a queima de lixo doméstico e vegetação podada, mesmo que no próprio quintal de casa.
O clima seco, as altas temperaturas e o longo período de estiagem formam um cenário propício para incêndios. O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás pede que a população tome medidas preventivas, como evitar queimadas acidentais, eliminar o lixo de maneira adequada e não usar fogo em áreas de vegetação, como pastos e restos de poda, especialmente em dias de vento forte.
As autoridades também destacam que a colaboração da comunidade é crucial para combater os incêndios em Goiás. A denúncia de práticas de risco e focos de incêndio é essencial para o combate às queimadas.
Fonte: com informações do Governo de Goiás