Recebida na Casa do Cooperativismo, a ministra Delaíde Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), participou de um bate-papo com um grupo de mulheres sobre a conscientização do papel feminino na conquista de espaço em cargos de liderança e na representação dos três Poderes. “Eu considero o cooperativismo um avanço porque a nossa sociedade ainda tem muito a cultura do individualismo. Especialmente essa questão do cooperativismo entre mulheres, considero como um instrumento importante para o enfrentamento do preconceito, para vencer a desigualdade”, afirmou.
O Encontro Inspiração: Mulheres Cooperativistas Transformando Realidades foi realizado na última sexta-feira (30), pelas cooperativas Bordana e Floryá, lideradas por Celma Grace e Ihasminy Teixeira Fernandes, e com apoio do Comitê de Mulheres Cooperativistas Elas Pelo Coop, do Sistema OCB/GO. A presidente da Bordana, Celma Grace, agradeceu o apoio do presidente da Casa do Cooperativismo Goiano, Luís Alberto Pereira, e ressaltou que Goiás foi o primeiro Estado a constituir um comitê específico para as mulheres cooperativistas, o que contribui muito para a representatividade de gênero.
Em seu discurso, a Ministra explicou como a sociedade, apesar dos avanços, ainda guarda preconceitos contra a mulher e o trabalho feminino. “As mulheres precisam se inserir mais nos negócios em todos os ramos de atividade e o cooperativismo é um instrumento para isso”, destacou Delaíde.
Goiana, nascida em Pontalina, Delaíde Arantes atuou por 30 anos em um escritório de advocacia de Goiás, sendo conhecida por ser defensora dos direitos da mulher trabalhadora, especialmente das empregadas domésticas, função que chegou a exercer no início de sua carreira para ajudar os pais a custear seus estudos. A ministra conta que foi na faculdade que começou a perceber a importância da participação coletiva para lutar contra a discriminação e preconceito de gênero e raça.
Para ela, a mudança vem de um processo. “Não é uma mudança que vem de repente, mas é um trabalho de formiguinha, em que nós vamos nos conscientizando para termos mais mulheres na política, no setor privado e no âmbito dos três poderes da República. É muito importante que as mulheres se conscientizem, para se fazerem presentes nesses espaços”, finalizou Delaíde.
Público feminino
Formado em sua maioria por mulheres, o público lotou o espaço do Edifício Goiás Cooperativo. O evento contou com a presença de colaboradoras e dirigentes de cooperativas de vários ramos, além de convidadas, que participaram com comentários e perguntas. Ludmila Rosa, cientista política e atualmente candidata a vereadora, disse que o cooperativismo é uma força motriz para o desenvolvimento econômico e social e, por isso, pretende incentivar esse modelo econômico em Goiânia. Para isso, “a legislação municipal pode ser adaptada para oferecer benefícios fiscais e apoio técnico a novas cooperativas, assegurando que elas tenham um ambiente favorável para se desenvolverem”, destacou Ludmila.