Em artigo publicado na edição de agosto da Revista Leitura Estratégica, o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, analisou o crescimento do cooperativismo goiano nos últimos anos. No texto, ele também cita a pesquisa de imagem coordenada pelo Sistema OCB nacional, divulgada em abril deste ano, que mostrou o quanto as pessoas estão familiarizadas com os conceitos do cooperativismo.

Leia aqui o artigo completo:

Pesquisa de imagem coordenada pelo Sistema OCB, divulgada em abril deste ano, mostrou o quanto as pessoas estão familiarizadas com os conceitos do cooperativismo. A análise indica uma mudança positiva nessa percepção da população: 88% consideram o cooperativismo que se pratica atualmente inovador e alinhado com a realidade da sociedade.

No entanto, é interessante observar que a percepção continua mais voltada para o aspecto social do que para o econômico. O setor cooperativista goiano cresce de forma contínua há mais de 10 anos e tem demonstrado sua resiliência, mesmo em tempos de crises e incertezas, como ocorreu durante a pandemia de covid-19. Os momentos difíceis, como os que passamos, exigem adaptações, criatividade e até sacrifícios, é claro. Mas o fato é que seguimos crescendo e num ritmo acima da média.

Em 2023, por exemplo, a receita bruta das cooperativas goianas registradas na OCB/GO alcançou R$ 30,9 bilhões, um aumento de 47% em apenas 12 meses. Em 2024, alguns ramos do cooperativismo enfrentaram dificuldades importantes, como o agro, por conta das questões climáticas. Embora haja previsão de quebra de safra, cooperativas do setor seguem investindo em estrutura e ganhando novos cooperados.

As cooperativas do ramo crédito em Goiás apresentaram crescimento significativo nos últimos anos. Elas movimentaram cerca de R$ 40 bilhões em 2022 e integram o ramo com maior número de cooperados, mais de 80% do total. As cooperativas de saúde, igualmente, se destacam pela performance, oferecendo serviços de alta qualidade para uma parcela significativa da população.

O ramo habitacional tem se expandido a olhos vistos, sobretudo em Goiânia, com o lançamento de novos e sofisticados empreendimentos com preços mais acessíveis. Há obstáculos a serem superados pelas cooperativas em todos os ramos, independentemente do tamanho. É natural, no entanto, que as pequenas e médias enfrentem mais desafios relacionados à infraestrutura e à logística, o que pode limitar seu acesso a mercados e aumentar os custos operacionais.

A falta de acesso a tecnologias é outro gargalo que pode reduzir a competitividade dessas cooperativas. Nada disso, no entanto, representa algo intransponível, pois a força da cooperação e o apoio do Sistema OCB/GO muito contribuem para que sejam superados. Os indicadores econômicos do cooperativismo goiano são expressivos e a forte percepção do lado social pela população é um diferencial que muito nos orgulha.

O olhar para sociedade é um dos princípios do cooperativismo. Mas não podemos perder a dimensão de que o setor é também um modelo de negócio relevante e resiliente, que responde por 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de Goiás e que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da nossa economia.

Luís Alberto Pereira

Presidente do Sistema OCB/GO