Reportagem Coop/Ascom OCB/GO
As cooperativas de crédito de Goiás alcançaram em 2023 um total de ativos de R$ 47,7 bilhões. Houve um aumento de 19,25% na comparação com 2022. Os dados, inéditos, são do Panorama do Cooperativismo Goiano 2024, elaborado pelo Sistema OCB/GO em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG).
Em Goiás, os recursos das cooperativas do ramo crédito, que celebram seu Dia Internacional nesta quinta-feira (17/10), estão em sua maior parte divididos em aplicações financeiras (R$ 23,3 bilhões) e empréstimos para cooperados (R$ 16,3 bilhões). Outro número significativo, relacionado às 32 cooperativas goianas, diz respeito aos depósitos a prazo, que atingiram R$20,4 bilhões.
Luís Alberto Pereira, presidente do Sistema OCB/GO, destaca que as cooperativas de crédito desempenham um papel fundamental na diminuição do custo e na democratização do crédito no Brasil, especialmente para pequenas e micro empresas, e já estão presentes em 57% das cidades brasileiras.
“Em 2023, cresceram 23,9% no Brasil, sem perder a sua característica principal de proximidade com o cooperado, que é usuário e dono ao mesmo tempo”, ressalta o presidente da entidade cooperativista.
Além disso, frisa Luís Alberto, as cooperativas de crédito são essenciais no financiamento do setor rural no Brasil. Em 2023, o crédito rural total operacionalizado por elas somou R$ 281,9 bilhões.
Cooperativas
Dentre as mais de 700 cooperativas em atividade no País, a goiana Sicoob Unicentro Br está na 17ª posição no ranking de ativos totais. A coop de Goiânia conta com aproximadamente R$ 7 bilhões em ativos, segundo o BureauCoop, painel interativo com informações de representação e financeiras das cooperativas de crédito brasileiras.
A próxima goiana do ranking de ativos totais é a Sicoob Credi-Rural, que está na 27ª posição nacional. A coop é a sexta em patrimônio líquido, com R$ 1,4 bilhão. A cooperativa Sicredi Planalto Central ocupa a 53ª colocação em ativos totais.
Celso Figueira, presidente da Central Sicredi Brasil Central, vê com otimismo o presente e o futuro do cooperativismo de crédito em Goiás. “Estamos consolidados hoje em todos os Estados brasileiros, não só com o cooperativismo em nível nacional, mas também com o Sicredi”, diz.
O dirigente acredita que o nível de confiança nas cooperativas é muito maior atualmente e que o futuro é promissor. “Estamos já prevendo, para o ano que vem, uma condição melhor que a dos últimos anos.” Para Celso Figueira, o principal diferencial das cooperativas de crédito é ser uma sociedade de pessoas que as coloca no centro. “Não importa apenas o dinheiro, mas tudo o que é possível fazer para melhorar a vida dessas pessoas.”
Para Raimundo Nonato, presidente do Conselho de Administração da Central Sicoob Uni, o Dia Internacional das Cooperativas de Crédito é uma data importante para todos que vivem o cooperativismo. Segundo o dirigente, o número de agências das cooperativas ligadas à Central triplicou nos últimos dois anos. “As pessoas reconhecem a grande importância que o cooperativismo tem, não só para os cooperados, que são as pessoas responsáveis diretamente pela cooperativa, mas também o ganho indireto que ele traz para as comunidades onde está inserido.”
Impacto no PIB
Conforme estudo divulgado hoje (17/10) pelo Sistema OCB nacional, realizado em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisa (Fipe) e apoio do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (Ceco), a presença das cooperativas de crédito gera aumento expressivo no PIB per capita dos municípios. As cidades que contam com cooperativas de crédito registraram um incremento de R$ 3.852 por habitante, equivalente a 10% da média nacional de 2021. A geração de empregos foi outro destaque, com 25,3 novos postos de trabalho por mil habitantes, número 15,1% maior que a média nacional.
Conforme dados do BureauCoop, em todo o País, o cooperativismo de crédito possui mais de R$ 731 bilhões em ativos, o que corresponde a 4,5% do Sistema Financeiro Nacional. No que se refere aos depósitos totais e carteira de crédito, as cooperativas possuem R$ 475 bilhões e R$ 409 bilhões, respectivamente.
O ramo possui mais de 20 milhões de cooperados, dos quais 17 milhões são pessoas físicas. A quantidade de redes de atendimento também é significativa: 9.233, que correspondem a mais de 45% do Sistema Financeiro Nacional.