Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 30% dos casos de câncer de mama poderiam ser evitados com a adoção de hábitos de vida saudáveis e a realização de exames preventivos. Para 2024, foram estimados mais de 73 mil novos casos da doença no Brasil, com um risco de quase 70 diagnósticos a cada 100 mil mulheres. Embora raro, cerca de 1% dos casos ocorrem em homens, ressaltando a importância da conscientização e do acesso às ferramentas de prevenção.
A mastologista cooperada da Unimed Goiânia, Rosemar Macedo Rahal, reforça a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura. “O câncer de mama é uma doença que, se identificada em seu estágio inicial, apresenta uma alta taxa de cura. O problema é que muitas mulheres ainda têm medo de realizar exames ou acreditam em mitos sobre a doença, o que retarda o diagnóstico”, explica.
Entre os principais fatores de risco, a médica destaca o gênero feminino como o principal, além de outros como histórico familiar, obesidade, sedentarismo e consumo excessivo de álcool. “Ser mulher aumenta em 100 vezes a chance de desenvolver câncer de mama, mas 90% dos casos não estão relacionados à hereditariedade. Hábitos como alimentação equilibrada e prática regular de exercícios podem reduzir significativamente o risco”, afirma.
Apesar da relevância do autoexame, a especialista alerta que ele não substitui a mamografia. “O autoexame ajuda as mulheres a conhecerem melhor o próprio corpo, mas não é eficaz para o diagnóstico precoce. A mamografia anual, recomendada a partir dos 40 anos, é o exame mais importante e capaz de detectar a doença em fases muito iniciais, quando as chances de cura são maiores e o tratamento menos agressivo”, pontua.
Um dos grandes equívocos em torno do câncer de mama é a crença de que ele seja inevitavelmente fatal. “Muitas mulheres acreditam que o câncer de mama é uma sentença de morte, mas isso está longe de ser verdade. Hoje, graças aos avanços da medicina, temos tratamentos muito eficazes e a cura é possível, especialmente quando o diagnóstico é precoce”, reforça.
Vida saudável
Além da prevenção por meio dos exames, a especialista ressalta a importância de um estilo de vida saudável para reduzir o risco da doença. “Praticar exercícios físicos regularmente, manter uma alimentação balanceada e evitar o consumo excessivo de álcool são medidas simples que podem fazer muita diferença na saúde das mamas. Além disso, a amamentação também desempenha um papel protetor”, acrescenta.
Outubro Rosa é uma das campanhas mais importantes para ampliar a conscientização, mas a médica lembra que o cuidado com a saúde das mamas deve ser constante ao longo do ano. “Precisamos continuar falando sobre o câncer de mama e a importância da mamografia, mesmo após o fim da campanha. Quanto mais mulheres se conscientizarem sobre a prevenção, mais vidas serão salvas”, conclui.
Fonte: Kasane