No 1º Fórum de Presidentes e Dirigentes de Cooperativas do Núcleo Sul, os participantes vivenciaram uma apresentação inusitada. O mágico e palestrante Marco Zanqueta, reconhecido por trabalhar temas técnicos, de forma lúdica, usou o ilusionismo e a mágica para abordar a intercooperação. O resultado foi a elaboração de um documento com sete propostas de intercooperação desenvolvidas pelos próprios cooperativistas. A integração de 30 cooperativas da região foi promovida pelo Sistema OCB/GO, por meio do Núcleo Cooperativo Sul. As 25 diretrizes estratégicas do cooperativismo brasileiro e o uso da Inteligência Artificial também foram temas abordados durante os dois dias de evento, sexta-feira e sábado (23 e 24/8), em Caldas Novas.

A partir de agora, segundo o superintendente do Sistema OCB/GO, Jubrair Gomes Caiado, a entidade vai analisar a aplicação das propostas de intercooperação sugeridas no Fórum. “Podemos dar o apoio necessário para a execução das propostas de intercooperação”, afirmou.

O anfitrião do Fórum em Caldas Novas, o coordenador do Núcleo Cooperativo Sul e também presidente da Uniodonto Sul Goiano, João Batista Machado, fez um balanço positivo da realização do evento. “A regionalização dos fóruns de dirigentes de cooperativas é muito positiva, porque cada região tem suas características. Só com parcerias e intercooperação vamos crescer juntos. É assim que o cooperativismo goiano também vai crescer”, disse.

João Batista e Jubrair Gomes durante o Fórum, em Caldas Novas – Foto: Sílvio Simões

Até novembro, o Sistema OCB/GO realizará mais cinco fóruns em cada um dos Núcleos regionais cooperativos. O próximo será nos dias 13 e 14 de setembro, com as cooperativas do Núcleo Nordeste. “Nosso objetivo é promover o desenvolvimento das cooperativas e do cooperativismo goiano, e o que é discutido durante os fóruns oferece subsídios para que possamos atuar nesse sentido”, explica Jubrair.

Mágica

O mágico e palestrante Marco Zanqueta é conhecido por abordar temas técnicos de forma lúdica, usando o ilusionismo e a mágica. Esta foi a primeira vez que ele falou sobre intercooperação em uma palestra.

Segundo Marco, foi necessário realizar uma pesquisa para descobrir como tratar o tema. “Eu fui entender o que as cooperativas fazem no seu dia a dia. Fazer intercooperação é criar algo novo. Um dos pontos que trago aqui é a importância de ter um olhar diferente. Quando falo de uma mágica, as pessoas dizem que ela é impossível de fazer. Mas, depois que explico como foi feita, todos comentam ‘poxa, é tão simples. Estava na minha frente, como não enxerguei isso antes?’”

Marco acredita que a solução para promover a intercooperação exige duas posturas: pensar antes e acreditar. “A solução pode estar na nossa frente, mas não enxergamos”, afirma.

O palestrante também quis passar uma mensagem de protagonismo para os dirigentes das cooperativas. “No dia a dia, cada um acaba olhando para o seu lado e não para o todo. A gente quer receber os aplausos, mas não quer subir no palco. A intercooperação exige esse protagonismo de querer subir no palco e tomar a iniciativa”, completa Zanqueta.

A presidente da Cooperarte, de Morrinhos, Aparecida Neires, participou do Fórum em Caldas Novas. Ela elogiou a forma como a intercooperação foi abordada. “Achei inovador falar de intercooperação usando o lúdico e a mágica. Acredito que isso ajudou a quebrar resistências e a oferecer uma nova visão sobre o assunto”, comentou.

Divididos em sete grupos, participantes elaboram projetos de intercooperação – Foto: Sílvio Simões

Primeiro dia

Na sexta-feira, as 25 Diretrizes Estratégicas do setor, definidas em maio durante o 15º Congresso Brasileiro de Cooperativismo (CBC), foram apresentadas pelo superintendente do Sistema OCB/GO, Jubrair Gomes Caiado. Ele detalhou as diferenças entre as diretrizes antigas e as novas. “Alguns eixos estratégicos permaneceram os mesmos; outros mudaram, como Gestão e Governança, que virou ESG, e Mercado, que virou Negócios”, explicou.

Para falar sobre Inteligência Artificial (IA) no primeiro dia do Fórum, o convidado foi Francisco Milagres, fundador da Mirach Ventures e consultor em inovação, tecnologia e estratégia. Segundo ele, é improdutivo lutar contra novas tecnologias, como a IA. O importante é saber aplicá-la no ambiente corporativo, inclusive nas cooperativas. “A tecnologia sempre virá. Vai chegar o momento em que a IA será tão usada que nem discutiremos mais se pode ou não usar”, declarou.

Francisco Milagres abordou os usos da Inteligência Artificial, em palestra – Foto: Sílvio Simões

O 1º Fórum de Dirigentes e Presidentes de Cooperativas do Núcleo Sul foi realizado no auditório do Best Western Suites Le Jardin, em Caldas Novas.