Uma comitiva de dirigentes de cooperativas goianas, liderada pelo presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, embarcou em uma missão comercial à Índia entre os dias 8 e 21 de fevereiro. A viagem, integrada à missão oficial do governo de Goiás, teve como objetivo identificar oportunidades de negócios, tecnologias inovadoras e parcerias estratégicas para o agronegócio goiano. Entre os destaques da missão estão as tecnologias de nanofertilizantes e biometano, que despertaram grande interesse dos cooperativistas.

A visita à IFFCO, maior cooperativa indiana na produção de adubos, foi um dos pontos altos da missão. A IFFCO já produz nanofertilizantes, que reduzem o impacto ambiental e aumentam a eficiência na agricultura. “Essa tecnologia é algo que podemos levar para as nossas cooperativas, adaptando-a à realidade do agronegócio goiano”, afirmou Luís Alberto Pereira.

Outra tecnologia que chamou a atenção foi a produção de biometano a partir de rejeitos da produção rural. O biometano é uma fonte de energia renovável e estratégica para a transição energética. “Essa solução tem perfeita convergência com nossas pequenas cooperativas, que podem utilizar o capim como biomassa”, explicou o presidente do Sistema OCB/GO. Durante a missão, foi assinado um memorando de entendimento para a instalação de uma fábrica de biometano em Goiás, um dos principais acordos firmados pelo governo estadual na Índia.

Sinergia 

A Índia, com sua população de 1,5 bilhão de habitantes e um cooperativismo robusto, mostrou-se um parceiro estratégico para Goiás. O país possui cerca de 800 mil cooperativas, principalmente de pequenos produtores, que atuam em áreas como agricultura, pecuária e produção de fertilizantes. “O cooperativismo é um instrumento poderoso de integração social e econômica, tanto na Índia quanto no Brasil”, destacou Antônio Carlos Borges, presidente da Agrovale.

A missão também destacou a importância das parcerias comerciais. Cássio Teodoro, presidente da Comiva, ressaltou que as cooperativas goianas podem avançar na exportação e importação de produtos, além de buscar tecnologias para implementos agrícolas e biofertilizantes. “Unidos, podemos criar meios de fortalecer nossas atividades e trazer novas oportunidades para nossos cooperados”, afirmou.

Possibilidades

Para os participantes, a missão foi uma oportunidade única de ampliar horizontes. Bruno Ribeiro, diretor executivo da Central Rede, destacou o sucesso da viagem e as inúmeras possibilidades que se abrem para as cooperativas goianas. “Já conseguimos visualizar um futuro onde nossas cooperativas estarão exportando produtos não só para a Índia, mas para o mundo todo”, disse.

Astrogildo Gonçalves, vice-presidente da Coapil, reforçou que a missão superou todas as expectativas. “Essa viagem nos mostrou o que estamos fazendo certo e o que podemos melhorar. Voltar com uma nova mentalidade é o maior ganho”, afirmou.

O papel do cooperativismo na Índia

O cooperativismo indiano é um exemplo de sucesso, com mais de 230 milhões de cooperados. As cooperativas de lácteos, por exemplo, são responsáveis por uma parcela significativa da produção nacional. Além disso, as cooperativas de crédito agrícola facilitam o acesso ao financiamento e promovem a inclusão financeira. “A Índia nos mostrou que o cooperativismo é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento econômico e social”, concluiu Luís Alberto Pereira.

Legado para o futuro

A missão à Índia deixou um legado importante para o cooperativismo goiano. Além das tecnologias e parcerias identificadas, os participantes voltaram com novas ideias e uma visão ampliada do potencial do setor. “Essa missão não só fortalece o cooperativismo goiano, mas também contribui para o crescimento econômico do Estado e do País”, finalizou Luís Alberto Pereira.

Com a troca de experiências e o estabelecimento de parcerias, Goiás e a Índia estão mais próximos de colaborar em projetos que beneficiam tanto os cooperados quanto a sociedade como um todo. A missão foi, sem dúvida, um marco para o cooperativismo goiano e um passo importante para a internacionalização das cooperativas do Estado.

“A sinergia que existe entre Goiás, o Brasil e a Índia é muito importante. Nosso povo é bastante similar. Uma coisa importante que percebemos é que o cooperativismo é o melhor instrumento de integração da sociedade, não importa qual seja o governo. O cooperativismo é o melhor instrumento de integração e de participação das pessoas”.


Nossa expectativa está sendo superada, e muito, muito superada. Nós entendemos que essa foi uma ótima oportunidade para as cooperativas do nosso Estado, para os nossos cooperados e para toda a comunidade da nossa cooperativa”.


“São inúmeras as possibilidades. Já conseguimos visualizar, num futuro próximo, as cooperativas desenvolvendo exportações, trabalhando e enviando seus produtos não só para a Índia, mas para todos os lugares do mundo”.


“Acredito que a parte comercial, junto com as outras cooperativas que participaram desse evento, pode ganhar força para fazer exportações, importações e buscar tecnologia, tanto na área de implementos quanto na área técnica, para a implantação de novas atividades”.