Criar uma linha de crédito especial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as cooperativas. Essa foi a proposta apresentada nesta quinta-feira (14/9) pelo Sistema OCB/GO ao diretor de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O encontro, realizado na sede da entidade, é uma iniciativa da OCB/GO e do Fórum das Entidades Empresariais de Goiás (FEE).
Para Nelson Babosa, a criação de uma linha de crédito específica para o cooperativismo é uma proposta viável e pode ser espelhada nos casos de sucesso do agronegócio. “Temos que repetir esses casos para as cooperativas urbanas, principalmente para trabalhadores de aplicativo, que não podem ser enquadrados totalmente na CLT, mas também não pode permanecer na situação atual. Uma das alternativas é justamente trabalhar as cooperativas de prestação de serviços urbanos, reproduzindo o que já acontece com sucesso no setor rural”, afirmou.
Considerando as especificidades do setor cooperativo, o diretor do BNDES explicou que será necessário definir instituições financeiras que assumam a função de repassadoras dos recursos para os cooperados. “O desafio é ter essas cooperativas urbanas com capacidade de crédito para acessar os recursos federais. Nesse caso também pode ser usado o próprio sistema cooperativo, por meio de suas instituições financeiras”, adiantou.
Democratizar o crédito
Nelson Barbosa destacou a importância do cooperativismo de crédito para democratizar e baratear o acesso ao crédito. “O BNDES já apoia bastante o segmento. É uma tendência que tem crescido nos últimos anos, em parte, também, porque os juros estão muito altos. Estamos à disposição para discutir novas formas de negócio e mesmo de expansão (dos produtos já existentes)”, frisou.
Presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira destacou que as cooperativas de crédito são grandes repassadoras dos produtos do BNDES, o que justifica maior proximidade com a instituição federal. “É importante que também sejam criados produtos exclusivos para as cooperativas de crédito atenderem diretamente os seus cooperados. Essa é uma construção que também queremos fazer a partir dessa abertura que nos foi apresentada e desenvolver esse relacionamento com a participação dos dirigentes das instituições cooperativistas de crédito”, acrescentou.
“Sentimos receptividade por parte do diretor de Planejamento do BNDES, Nelson Barbosa, e a partir de agora vamos evoluir nessa proposta e formatar um projeto que seja específico para as nossas cooperativas”, frisou Luís Alberto.
Presidente executivo da Adial, Edwal Portilho sugeriu ao diretor do BNDES o treinamento de agentes locais, por meio de universidades e entidades de representação, para que os procedimentos de acesso aos produtos do banco federal sejam melhor compreendidos e mais utilizados.
O diretor do BNDES também apresentou o Programa Mais Inovação, lançado pelo governo federal e operado pela instituição federal e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Representantes das cooperativas e de pequenas e médias empresas goianas puderam entender como acessar recursos a taxas de juros a partir de TR + 2%, direcionados para pesquisa e desenvolvimento.
O encontro na Casa do Cooperativismo Goiano foi prestigiado por grande número de lideranças empresariais e cooperativistas, autoridades do legislativo estadual e municipal, representantes de conselhos de classe e reitoras das Universidades Federal e Católica e pelo reitor da UEG.